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Além do Ponto Final

Além do Ponto Final

Sex | 31.07.20

O Enigma do Quarto 622, de Joel Dickër

Joel Dickër é capaz de ser um dos meus escritores favoritos, se é que não é mesmo O favorito, por isso achei que era a melhor forma de começar o blog, com um livro dele. Já li todos os seus livros, exceto o primeiro (que também já comprei, por isso não falta muito para ler também) e associo sempre as suas histórias a uma leitura de verão. É um autor que nos prende tanto aos livros que é importante garantirmos que temos tempo livre para aproveitar uns bons dias sem nos apercebermos que o tempo passa, de tão embrenhados que estamos na história. Foi assim que entrei em O Enigma do Quarto 622: com expectativas elevadas, que, felizmente, foram satisfeitas.

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A história acaba por estar um pouco dentro do que costuma ser um livro deste escritor: foi encontrado um cadáver num quarto do Palácio Verbier e o caso nunca foi resolvido. 15 anos depois, o narrador, neste livro o próprio Joel Dickër, fica hospedado neste mesmo palácio e acaba por se cruzar com este mistério que ficou por resolver há tanto tempo. A história é engenhosamente construída entre o passado e o presente, onde vamos conhecendo as personagens importantes para o caso e percebendo lentamente o que levou aos acontecimentos da noite do homicídio. Ao mesmo tempo, vamos conhecendo um pouco mais de Bernard, editor muito estimado de Joel, que faleceu em 2018 e que o autor queria homenagear no seu próximo romance.

É um livro extraordinariamente bem escrito, que nos dá a conhecer várias personagens ao mais ínfimo pormenor e acredito que seja isso que cria uma narrativa tão boa como esta. É uma história sobre ganância, amor, traição, avareza e inveja, que nos mostra o poder que cada um destes sentimentos tem em nós. Ao longo da leitura, fui sentindo cada vez mais ânsia de saber o que tinha acontecido, sem nunca me aborrecer, apesar do número elevado de páginas, já que estamos perante uma escrita que nos desvenda segredos para, logo a seguir, nos trazer mais dúvidas. Exatamente por isso, acaba por ser um livro com uma leitura bastante leve, mas também intensa, que é capaz de nos prender desde a primeira página, para nos levar a um final muito ao estilo do autor.

A vida é um romance cujo final já conhecemos: no último capítulo, o herói morre. O mais importante, por isso, não é como a nossa história acaba, mas o modo como enchemos as páginas até lá. Porque a vida, como um romance, deve ser uma aventura. E as aventuras são as férias da vida.

Com isto, concluo que Joel Dickër continua a ser um verdadeiro mestre a escrever livros policiais, apresentando-nos uma história capaz de nos absorver totalmente ao longo dos dias em que estivermos dedicados à leitura do livro.  Não acho que chegue ao nível do seu primeiro policial publicado, A Verdade Sobre o Caso de Harry Quebert, mas é, sem dúvida alguma, um livro muito bom e, na minha opinião, melhor que o anterior (O Desaparecimento de Stephanie Mailer). Joel Dickër é um autor que, sem sair do mesmo estilo de histórias, continua a trazer livros maravilhosamente bem estruturados e capazes de nos prender do princípio ao fim, sem que nunca haja uma ponta de aborrecimento ao longo da leitura. Neste livro em específico, senti que o facto de haver um jogo entre o presente e o passado, acabou por acrescentar imenso à história.

Para quem nunca leu o autor, aconselho qualquer um dos seus livros, caso vos apeteça ler uma história leve e que vos mantenha agarrados ao livro. Para quem já leu, aconselho O Enigma do Quarto 622, porque acredito que não vai desiludir 😉

Por aí, qual o vosso livro favorito do autor? Quero saber tudo!

              

Avaliação: 8,5/10

 

 

Qui | 30.07.20

Sobre mim

Olá! Sou a Filipa Alves e este é o meu novo projeto, um blog onde pretendo falar sobre livros essencialmente, mas onde podem surgir outras coisas também.

Para quem não me conhece, vivo em Lisboa e estou a estudar Matemática Aplicada à Economia e à Gestão (chamem-me maluca, já sei 😅). Apesar de ser uma rapariga citadina, gosto muito da natureza e da paz que o campo traz, adoro viajar - talvez surjam uns posts sobre viagens - , adoro fotografia e adoro estar fora de casa.

Desde pequena que tenho uma ligação aos livros, inicialmente através da minha mãe, que mos lia à noite e depois através do amor pela leitura que ela me transmitiu. Gosto de me perder por horas e horas num bom livro e gosto das minhas jornadas em transportes a caminho da faculdade, porque é aí que tenho um momento de paz com a minha leitura do momento. Deliro com idas à Feira do Livro de Lisboa, ou com idas a livrarias, sejam físicas ou online.

Com este blog, quero partilhar convosco a minha paixão pelos livros e dar a conhecer um pouco do que me apaixona na vida. Espero que seja um sítio onde podem vir procurar recomendações de futuras leituras ou opiniões sobre leituras passadas.

Espero que gostem!

Filipa