The Invisible Life of Addie LaRue, de V. E. Schwab
Estou a participar num desafio de um perfil que gosto muito no Instagram (@book.vorfreude), que consiste em ler os vencedores e runner-ups do Goodreads Choice Awards (também já li Such a Fun Age neste desafio, e vou ler mais uns), e foi nesse âmbito que decidi ler este livro. Já o tinha visto muito por esta comunidade livrólica, e admito que estava muito curiosa, mas entrei sem saber mesmo nada sobre a história, como gosto de fazer. Fui sem expectativas e posso dizer que este livro não me desiludiu, antes pelo contrário, gostei muito dele!
Não sei muito bem o que dizer deste livro sem entrar em spoilers, mas Addie é uma jovem de 23 anos, que vive numa pequena vila francesa, em 1714. Desde pequena que teme a vida que vai ter, devido à sua condição de mulher no século XVIII e, por isso, acaba por fazer um pacto com a escuridão, onde troca a sua alma pela imortalidade e por uma vida de liberdade. Claro que há sempre um preço a pagar nestes pactos e, no caso de Addie, é a lembrança: Addie vai viver no esquecimento, tudo sobre ela se vai apagar da memória das pessoas no momento em que lhe virarem costas. Vamos então conhecendo como foi a vida de Addie, desde que foi amaldiçoada, até 300 anos depois, quando já é mais madura e conhece bem os contornos do pacto que fez. Não vou desenvolver muito mais sobre o livro porque tenho medo de estragar a sua essência, mas saibam que esta é uma boa história para entrarem nela sem saberem nada!
How do you walk to the end of the world? she once asked. And when Addie didn’t know, the old woman smiled that wrinkled grin, and answered. One step at a time
Este livro foi uma agradável surpresa. É uma verdadeira homenagem à vida e à alegria das pequenas coisas. A forma como Addie arranja forma de viver com a sua maldição e criar uma vida quase “normal”, mesmo sendo esquecida por toda a gente é comovente. Uma das coisas que achei muito interessantes ao longo do livro foi uma reflexão sobre o facto de as ideias serem mais fortes e livres que a memória e o modo como Addie se agarra a este princípio para começar a influenciar a arte das pessoas que conhece, de forma a ser lembrada de alguma forma, é muito bonita e deixa-nos rendidos à personalidade forte desta rapariga.
What she needs are stories. Stories are a way to preserve one’s self. To be remembered. And to forget.
But ideas are so much wilder than memories, so much faster to take root.
Outra coisa que gostei mesmo muito neste livro foi o desenvolvimento das personagens. Luc, o nome que Addie dá à escuridão, é uma personagem muito interessante e com muitas mudanças ao longo da história, o que faz com que cada momento seja uma surpresa. Nunca sabemos bem o que pensar em relação a ele, o que acrescenta muito ao desenvolvimento da narrativa. E Addie foi uma personagem pela qual desenvolvi um grande carinho e acabei o livro a sentir-me orgulhosa por tudo o que ela construiu e pela rapariga aliciante e forte em que se tornou.
Resta-me dizer, caso ainda não tenham percebido, que gostei muito deste livro e que recomendo a 100% a sua leitura. Uma história que nos mostra a beleza do mundo aos olhos de uma rapariga que está cá há 300 anos e continua a entusiasmar-se com as pequenas coisas. E se ela consegue, porque não havemos nós de conseguir? 😊
Avaliação: 8,5/10