A Queda dos Gigantes, de Ken Follett
Após alguns tempos a adiar a leitura de Ken Follett e muito assustada com o tamanho dos livros, no início do verão decidi arriscar e começar a ler A Queda dos Gigantes, o primeiro livro da trilogia O Século. Confesso que ia um pouco forçada, sabia que Ken Follett era um autor de nome e que o devia ler para aumentar a minha cultura literária, mas achava que romances históricos não eram, de todo, o meu género de leitura. Agora que penso nisso, ainda bem que me forcei a ler e que viagem incrível.
É importante perceber a ambição do autor ao escrever esta trilogia: pretende retratar, através de um romance, alguns dos grandes marcos da história mundial do século XX. O primeiro volume da trilogia passa-se entre 1911 e 1925 e conta-nos a história de 5 famílias que vivem nos países das principais mudanças políticas e sociais do século XX – Rússia, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Escócia.
Existe um ditado que diz: se tu deves 100 dólares, estás na palma da mão do banco; mas, se deves um milhão, é o banco que está na palma da tua mão.
O livro começa exatamente na Escócia, com William Williams, de 13 anos, e é-nos descrito o seu primeiro dia de trabalho como mineiro numa mina em Aberowen, onde as condições de trabalho são bastante perigosas. A sua irmã, Ethel Williams, trabalha como governanta para um conde inglês, Fitzherbert e, posteriormente acaba por emigrar para Londres. É nesta cidade que se cruza várias vezes com Maud Fitzherbert, irmã rebelde do Conde Fitz, que a leva a envolver-se na causa sufragista. Ainda neste cenário inglês/escocês, vamos conhecendo Walter Von Ulrich, embaixador alemão na Grã-Bretanha e grande amigo do Conde Fitzherbert.
Conhecemos ainda a família russa, Lev e Grigori Péchkov, órfãos devido às atrocidades cometidas em nome do Czar e que lutam para sobreviver num país cheio de fome e com fracas condições de vida. Lev acaba por emigrar para os Estados Unidos, onde enreda pela vida do crime, enquanto o irmão Grigori se junta ao soviete local e tem um papel crucial na Revolução Russa.
Um bebé é como uma revolução, pensou Grigori: até podemos começar uma, mas é impossível controlar o que será dela.
É assim que ficamos a conhecer as inúmeras personagens da história (há uma cábula com todas as relações de parentesco na parte inicial do livro, para os mais esquecidos) e que começamos a conhecer a trama que nos vai agarrando mais e mais ao livro. Através destas famílias, somos levados a episódios históricos tais como a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e a luta pela emancipação feminina, tudo enquanto conhecemos também os laços que as unem. No meio disto tudo, surgem ainda personagens reais como Winston Churchill, David Lloyd George, Lenine e Trotsky, entre outros. O único ponto fraco que aponto ao livro foi o facto de, por vezes, o encontro constante entre personagens principais, mesmo durante a guerra, parecer um pouco forçado.
Resumindo, na minha opinião, é um livro extraordinariamente bem escrito e capaz de nos absorver nas tramas das personagens e nos conflitos históricos mundiais. Percebi que a melhor maneira de (re)aprender História é com este tipo de livros, que nos apresentam personagens que vivem os acontecimentos e que, por isso, nos dão uma imagem mais realista do que aconteceu. Tirando a pequena nota que já referi, adorei o livro e fiquei espantada por me ter prendido tanto. Entretanto já acabei de ler a trilogia (em breve publico as reviews sobre os outros livros) e posso dizer que vale mesmo a pena.
Aí em casa, mais alguém já leu esta trilogia? Que outros livros aconselham do autor?
Avaliação: 8,5/10