As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle, de Stuart Turton
Uma amiga minha emprestou-me este livro e achei que seria uma boa escolha de leitura mais dark para este mês de outubro. Sim, um policial/thriller para mim é uma leitura assustadora porque eu sou tão medrosa que isto vai ser o mais próximo que alguma vez vou estar de ler um livro de terror. Não é um género que costume ler, mas estou tão feliz por o ter feito com este livro, gostei muito. Aviso já é que, para quem é mais preguiçoso a ler, este livro não é para vocês! Eu ainda me sinto cansada de tanto pensar.
Em As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle, somos levados para Blackheath, a casa de campo da família Hardcastle, onde vai haver uma festa de celebração pelo noivado da filha, Evelyn. Às 11h da noite, no dia da festa, a jovem é assassinada. Acontece que este dia fatídico se vai repetir não uma, mas 7 vezes, até que Aiden Bishop seja capaz de resolver o mistério que rodeia os acontecimentos dessa noite. Para ser mais precisa, o dia vai-se repetir tantas vezes quantas as necessárias para que se descubra o verdadeiro assassino. Todos os dias, Aiden vai acordar no corpo de um convidado diferente e ver o mesmo dia pelos diferentes pontos de vista.
E agora pode escolher, não é verdade? Em vez de se reconstruir às escuras como todos nós e, mais tarde acordar ignorante daquilo em que se tornou, pode agora olhar para o mundo, para as pessoas à sua volta, e escolher as partes do seu carácter que mais quer.
A premissa da história parece confusa e, não vou mentir, é mesmo. O princípio do livro chega a ser frustrante porque parece que, quanto mais lemos, menos sabemos. Apesar disso, queremos sempre continuar a ler porque a escrita e toda a narrativa deixa-nos tão curiosos para saber o que realmente aconteceu naquela noite, que é impossível deixar o livro. Duvidei, várias vezes, da minha inteligência para ler este livro e às vezes sentia que devia ter tomado notas ao longo da leitura para não me perder, porque há muita (mesmo muita) coisa a acontecer. Peguem nas vossas canetas e armem-se em detetives!
Para quem não sabe, este livro é a estreia do autor Stuart Turton. E que estreia! Adorei a escrita e a história e tudo. Lembro-me de estar a ler e pensar no génio que este senhor deve ser para construir uma trama tão complexa como esta. Todas as informações vão sendo dadas na altura perfeita, tudo para nos conduzir a um final incrível e tão imprevisível que cheguei a sentir-me meio enganada pelo escritor.
O doutor é uma alma limpa. Sem remorsos, feridas, sem qualquer das mentiras que contamos a nós mesmos para nos podermos olhar no espelho todas as manhãs. O doutor é... Honesto
Caso ainda não tenham percebido, aconselho muito esta leitura! Apesar de não ser grande leitora deste género, tenho a certeza de que a premissa do livro é completamente diferente do que se vê por aí. Assim sendo, acho que é uma boa leitura para quem gosta de policiais, por ser diferente, e para quem não gosta, porque é muito fácil ficar agarrado. O conselho que dou a quem leia é que não o faça muito rápido, para tentar processar bem todas as informações e, para os mais distraídos como eu, arranjem um caderno para irem apontando as coisas. Depois disso, tenho a certeza que estão prontos para uma leitura incrível!
Avaliação: 8/10